A importância da manutenção do seu imóvel

01/05/2020

Nos tempos atuais, durante a quarentena, ficar em casa é sinônimo de cuidar da própria saúde e do próximo. Nesse período de adaptações, muitas pessoas estão aproveitando o tempo a mais em casa para cuidar do próprio lar, observar melhor os detalhes, uma pintura descascando aqui outra rachadura ali, um piso trincado ou até uma goteira em cima do seu home office, que muitas vezes passariam batidos no dia a dia.

Esses problemas são recorrentes nas nossas residências, e parecem comuns de qualquer casa mas a verdade é que não deveria ser bem assim. A Norma de Desempenho (NBR 15575) veio para mostrar isso ao mercado imobiliário, estabelecendo parâmetros de qualidade e as responsabilidades de cada um relacionado a uma determinada edificação, seja ele o usuário, o proprietário, o construtor ou até o projetista.

Desde seu lançamento em 2013 vem promovendo transformações na indústria de construção civil, desde a fabricação dos materiais até o desenvolvimento e uso de técnicas mais eficientes. Apesar disso ainda aparecem inúmeros problemas patológicos nas edificações, mesmo aquelas entregues recentemente. Esses problemas podem se originar em vários tipos de negligências, passando por projetos mal elaborados, uso de materiais não conformes ou até economias indevidas na execução, tanto de tempo como de custo (POUSO ALEGRE, 2017).

Toda edificação tem sim que ter sua manutenção, seja ela preventiva ou corretiva. A cartilha do IBAPE de Inspeção Predial, traz um dado preocupante: a maior parte (66%) das falhas e acidentes  em edifícios tem como principal causa a negligência para a manutenção da edificação (IBAPE, 2012). Mas os problemas das nossas edificações muitas vezes começam muito antes do surgimento das primeiras infiltrações e trincas, e por se tornar tão comuns, acabam ficando normalizados.

O mundo exige de nós um progresso cada vez mais sustentável, e na construção civil essa sustentabilidade ocorre quando pensamos no impacto da edificação do ponto de vista econômico, social e ambiental. O motivo principal pelo qual não alcançamos essa sustentabilidade é porque, quando muito, pensamos somente no início do ciclo de vida de uma edificação: o projeto e o período de obra ou quando necessita de uma reforma. Porém, a maior parte desse ciclo está no uso e manutenção. Os novos conceitos da construção civil fazem com que olhemos de forma mais sustentável para as edificações por todo seu ciclo de vida: Projeto > Construção > Uso e Manutenção > Demolição.

a manutenção do imóvel deve ser economicamente viável e ambientalmente correto

Figura 1 – Tripé da sustentabilidade

Uma construção será realmente eficiente se em todas as etapas e em todas decisões pensarmos no seu ciclo de vida como um todo. O custo global de uma obra deve ser pensado dessa forma. A eficiência está em tudo aquilo que evita retrabalhos e diminui a necessidade das manutenções recorrentes durante o uso da edificação. Ou ainda quando aquele incomodo visual de uma trinca na parede ou uma mancha de infiltração no teto pare de ser negligenciados evitando que com o tempo faça evoluir para dimensões maiores, resultando em grandes gastos para corrigi-los, ou nos piores casos, em acidentes que levam a perdas muito maiores.

A melhor manutenção possível é aquela que é feita antes, de preferência a preventiva, e sempre que for possível se pensarmos nelas desde a concepção do projeto. Então, vamos mostrar 5 dicas de como ter uma edificação eficiente:

1 – Contrate profissionais com experiência para a construção.

Existem muitos profissionais qualificados no mercado priorize por contatá-los. Ter um responsável técnico e profissionais capacitados (mestre de obras, pedreiros, etc) em sua obra, não só diminuirá os riscos de vícios construtivos como também trará uma maior garantia caso algum problema se manifeste.

2 – Na construção tenha sempre o projeto em mãos.

Ter profissionais não é a única garantia que você pode ter durante uma construção. Por mais que a experiência conte muito em uma obra ainda é necessário ter um projeto para ser seguido. Isso traz uma garantia de que tudo está sendo executado sem grandes surpresas e evita as improvisações ou atrasos da obra. Além de ser uma ferramenta essencial para futuras reformas ou até mesmo nas manutenções da edificação.

3 – Não economize em projeto e planejamento.

O papel sempre será mais barato, é onde a maioria dos erros devem ser prevenidos, a manutenção preventiva começa ainda na fase de projetos. Tudo deve ser muito bem pensado desde a concepção do projeto arquitetônico. Isso vale também para os projetos complementares, esses são essenciais para garantir a harmonia entre todos os sistemas construtivos, e cada um tem sua importância.

Sistemas como o de hidrossanitário e elétrico podem representar juntos até 25 % do valor da obra, e se formos olhar para a vida útil da edificação são os que mais demandam manutenção. Por isso deve-se ter uma atenção especial na fase de projetá-los, para evitar deixar brechas para que na execução não sejam feitas as “gambiarras” que são recorrentes, principalmente nesses sistemas.

Outros projetos, um pouco menos conhecidos, podem ser adotados inclusive para diminuir gastos com o desperdício de materiais, que gira em torno de 20 a 30% do que é comprado, ou até prolongar a vida útil de outros sistemas. É o caso dos projetos de impermeabilização, projetos de alvenaria e os projetos de locação que garantem maior precisão, uso eficiente dos materiais e a característica técnica de cada elemento.

Assim como o projeto, o planejamento será muito útil em cada fase da vida útil de uma edificação. Para cada planejamento é necessário que se leve em consideração todo o ciclo de vida, todos os processos a serem seguidos na construção, mapear os riscos que podem surgir e controlar os gastos e os prazos. Se seguido, ajudará na tomada de melhores decisões. O ideal é que tenha um planejamento para cada etapa: projeto, obra, uso e manutenção, reformas e até para a demolição.

4 – Dê preferência para matérias que garantam a qualidade e a durabilidade que a vida útil da edificação exige.

Duas palavras regem as tomadas de decisão em torno de uma obra: custo-benefício. Isso é essencial para garantir o equilíbrio da qualidade e viabilidade econômica, sinônimo de eficiência. Olharmos somente para projeto e construção faz com que as decisões tomadas, por mais que pareçam baratas no início, se demonstrem muito mais caras quando os problemas começam a surgir. Sair dessa armadilha está exatamente no equilíbrio de buscarmos esses materiais pensando em toda a vida útil da edificação e prezar por sua qualidade e a durabilidade, sempre tendo como base o planejamento prévio para não tornar a construção inviável financeiramente.

5 – Faça um plano de manutenção preventiva.

É de suma importância evitarmos que os problemas se espalhem: é um processo em cadeia que vai levando a problemas maiores. A dica de ouro aqui é sempre priorizar pela manutenção preventiva, sempre agende aquele tempo semestral para fazer um check-up no seu imóvel, siga as recomendações do manual de usuário e do planejamento de uso e manutenção do edifício.

No entanto, quando achar necessário, não hesite em chamar um profissional habilitado para dar uma recomendação técnica mais assertiva. Essa recomendação pode ser feita através do Laudo de Inspeção Predial. Quer saber mais sobre o assunto? Contamos mais sobre isso nesse post: Inspeção Predial: 7 razões para a obtenção do LTIP